segunda-feira, 4 de junho de 2012

A tal da cura


Tecnicamente eu estou curada. Fui dispensada da terapia já faz um mês e essa semana vou ver meu psiquiatra para um check-up ou sei lá como se chama isso. Tem séculos que não escrevo aqui, eu não sentia vontade. Tinha muitas coisas importantes para escrever, até, mas não sentia necessidade. Agora estou sentindo.

O que é essa cura? Olha, eu sou a pessoa mais pessimista do mundo, mas juro que acreditei que eu estava boa, livre como uma borboleta. Mas não estou. Minha cabeça sempre ferrada recentemente resolveu me lembrar que a tal da cura não tem a ver com libertação, mas sim, com controle. É isso. Uma fera que vou ter que controlar cada dia da minha vida. Uma fera que às vezes se cansa, às vezes amansa, às vezes dorme tão profundamente que nem parece estar lá. Mas, na maioria dos dias, uma fera louca para se desgarrar das correntes do controle sob as quais eu a mantenho. Pois é. A diferença é essa. A cura veio em forma dessas correntes com as quais eu posso controlar a fera. Mas não dá para matar a fera. Não, porque ela é parte de mim. Não existe libertação da fera. Ela nasceu e vai morrer comigo. 

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